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12 de dezembro de 2021

uma carta a São Correia, uma amiga incomparável

São Branca/São Correia:
Desculpa só eu ficar assim num de espanto que nem figura de desenho animado quando os olhos saem das orbitas e os membros se esticam parecem têm câimbras. Te liguei, te ligaram e nada nem de volta havia resposta. Que aconteceu. Ninguém disse e ninguém sabia. Em Lagos te perguntei e que não sei. Cabeça piruetou nas mil invenções de pode ser. Silêncio e tudo foi passando um dia e outros e mais uns tantos por cima da última vez que nos vimos lá para os lados de Barão de S. João.
Fizeste anos e o habitual parabéns foi por vias do tal de Facebook. Nada. Por mensagem uma amiga comum diz qualquer coisa que obriga a uma investigação apurada. 
Tu, a mulher de mil ideias, a mulher de sete ajudas e outros tantos ofícios, imparável, incomparável, estavas imobilizada por causa duma doença que não mata mas mói, como alguém escreveu por ti. Pensas e vez. Comunicas com o olhar e eu sei que sabes que agora estão mil cérebros a puxar por ti, desde a Angola que não conheces mas muito fizeste, desde este cantinho da Europa, norte a sul, desde as ilhas atlânticas que tanto amas através das tuas meninas de Cabo Verde. 
Ainda não acredito e de mãos e pés atados aqui estou, como me disse o Ondjaki: a pensar em ti nas minhas preces

Sanzalando

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