Tem dias em que mesmo o frio não me impede de desnudar-me, intelectualmente. O frio, matéria inorgânica e subjectiva, que evolve corpos e mentes duma forma equacionável e por vezes anarquicamente, obrigando a pensamentos erróneos e quantas vezes a frases arrependíveis, surge de nadas em todas as estações do ano, a todos os quantos se consideram ser pensantes. É esse frio, questionável, que nos faz ouvir apenas o que queremos, a dizer tantas vezes o que não queremos e a fazer o que não devemos.
Não é lícito que eu morra de amor, mas morro.
Não é lícito que eu acorde preocupado com situações futuras, mas acordo.
Não é lícito que me pese na consciência erros não propositados ou inconscientemente cometidos, mas pesam.
Não é licito que eu sofra de saudade quando me sinto bem com o meu passado, mas sofro.
Não é licito que o mundo não siga a minha linha de pensamento, mas não segue.
Não pretendo que o mundo me entenda no que sinto mas aceito que era lindo que eu mesmo entendesse esse sentimento.
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