Caminho em passo solto, faz conta estou a caminhar nas areias da minha infância, e sigo em direcção ao futuro que é o hoje. Todos os passos ficam marcados na areia fina. Todos os passos dados ficam para sempre marcados na areia fina do meu deserto, mesmo que temporal. Pode haver duna, pode haver chuva que verdége a bege areia, mas o passo dado lá está marcado. Cada passo foi dado com ou sem qualquer intenção. Fez-se passo firme em direcção ao futuro do hoje.
A vida é feita desses passitos, trambulhão aqui e acolá, desacordar a todas as horas, esquecer sinais de alarme, obedecer a todas as regras, seguir a direito por rotinas, cruzar placas de xadres brincando à cabra-cega e jogando ao garrafão, ter medo de perder e perder-me sem dar grande importância. A vida é feita de intenções, de fracassos e victórias. Sermos nós em ponto e virgula, exclamação ou reticências. Sobreviver ao fracasso, cozinhar a gula num não me apetece mais e seguir em frente.
A vida faz-se caminhando no decorrido tempo certo. O caminho são palavras cruzadas, livres e regradas, doridas ou alegradas, feridas ou confiscadas.
Não há acordo ortográfico na vida. Vive-se
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