Sento-me na areia da praia e deixo o meu corpo como se esparramar. Um relaxamento completo. Eu fosse água e depressa era absorvido numa mancha de areia. O calor se tinha abraçado a mim de tal forma que qualquer passo era um sacrifício, qualquer gesto um sofrimento. Eu precisava agora um arrepio de frio para temperar este calor interior que sinto.
Aqui sentado sinto que as minhas articulações se vão derreter. É o calor e o peso que trago neste corpo. Eu devia ter mais cuidado com o que penso, pois peso na consciência pesa mais que o peso pesado em balança. Esse peso não suportado pelos braços, não altera a postura mas pode alterar a compostura. Eu não devia nem mexer o tapete da minha consciência porque para além de peso ainda levanta pó.
Acho mesmo hoje é melhor eu derreter-me feito água nesta areia de praia que imaginei estar. Às vezes eu já nem sei distinguir a minha imaginação e a realidade. Não me pesa a consciência porque é que eu vou sentir peso? A imaginação é que passou por onde não devia. Porque a realidade é que tem de pagar?
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