Me deleito aqui a deitar os olhos pelos passados. Tenho muitos passados, uns bem e outros mal passados, porém como idos foram, idos me lembro. Estava eu sentado na varanda que dava para o quintalão e consequentemente para a tua casa. Era dia e eu não estava ali a olhar para as estrelas. Sim, eu via estrelas cada vez que te pensava, mas não era essas que eu agora falo. Eu queria mesmo era ver-te. Queria saber se ias na praia ou apenas ias jogar ténis no único campo decente que a cidade tinha. Era fácil encontrar-te na pequena cidade que era nossa.
Olhava para lá do terreno baldio e nada. Nem sinal que já tinhas acordado. Eu, mais uma vez a ver o meu amor passar pelo tempo. O tempo não mente. Ele passa e não volta atrás. E não é que depois, muitos anos depois eu me perguntei:
- onde foi que eu me perdi?
deixo o silêncio passar e a resposta não chega. Foi só num algures que nem o tempo memorizou.
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