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28 de fevereiro de 2023

Estória 07 - Amor descorrespondido

Destes meus desamores falecidamente vou sobrevivendo. As olheiras e as noites de insónia que se traduzem nuns pensamentos tristes entre as 22 e as 22:15, eu vou sobrevivendo. Antes eu me esquecia de ir estudar, despreocupava seguir a arte de ser estudante e ser olhado com admiração. Mas após tanto falecimento amoroso eu decidi, mesmo que tenha sido por acaso ou por distracção, seguir o rumo de ser o primeiro ou dos. Ser reconhecido por mérito já que não estava a conseguir por beleza ou charme, independentemente de eu não ter noção do que isso era naquela adolescência turbulenta dos 15 aos 19 anos, ou seja lá quando é que foi.
Estão para aqui a ver-me transparentizar e já tiveram a sensação de amar sem ser correspondido? Vou tentar explicar. É assim mais ou menos uma morte lenta, vagarosa, dolente que corrói todos os dias. Também dói, mas não passa com remédio ou saco de água quente. Ele é parece um yo-yo que vai da cabeça ao coração e parece que dá um coice na alma. É uma maldição infinita que infelizmente a gente naquela altura não sabe que vai passar mais dia menos dia. Faz conta é o inferno com chama a te queimar vivo mesmo que não tenha bolha na pele nem cabelo chamuscado. E tem mais, qualquer afeto parece faz doer mais.


Sanzalando

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