Olho o Zulmarinho como quem contempla a obra prima criada por um pintor maior. Sinto-lhe um perfume a mar e ouço-lhe uma marulhar. Estou longe para me molhar. Deixo-me levar pelos tons de azul, entro num sono sem que tenha adormecido, relaxo-me sem me deixar cair e a integridade do meu pensamento foi muito para lá de mim.
Não, não quero ser superior ao que já fui, basta-me saber o que fui e a semente que deixo. Fui momentos e todos juntos são a minha vida, independentemente da importância de cada um.
O Zulmarinho é o meu fio condutor, mesmo que parte desses momentos ele nem esteja presente em pensamento ou na real grandeza da sua existência. Obra prima de pintor maior, poesia de poeta sem par, canto de voz impar, literatura de palavras tantas vezes trocadas por silêncios é o meu lugar de observação e meditação, ponto de encontro ou refúgio. Ele é um todo de mim, mesmo que eu seja um quase nada dele.
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