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21 de outubro de 2023

olho

Olho para um horizonte que pode ser imaginário como ser real. Olho sem ver. Olho por sentir. Olho para ouvir que o silêncio é grande, tão grande quanto a grandeza das noites de luar que te serenatei sem nunca ter cantado, sem nunca conseguir compor o que quer que fosse melodioso. Afinal de contas o amor não se canta, não se dia: sente-se e mostra-se. É ele que se mostra, que se desnuda no dia a dia da vida. O meu olhar silencioso levo-o para qualquer parte, é alma rara que me elevou dos quadriculados infernais da vida metódica e me trouxe a paz da calma, a capacidade de sorrir e me transcreveu os silenciosos luares das noites tropicais que eu já não sabia de cor. 
Olho para saber que o horizonte termina onde acaba a minha capacidade de sonhar, onde o meu sorriso termina quando uma estrela nova brilha no céu, sendo que eu não sou de ver estrelas, sendo que eu não vou para lá da tristeza. Olho para me ver, nos dias antigos e nos que hão de vir.

Sanzalando

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