As folhas se soltam das árvores porque parece é outono e eu piso-as a caminhar. O barulho cranchado dos meus passos parece é estalido ritmado de quem não tem pressa de ir. Vou só à procura do meu lugar na esplanada e esplanar-me em pensamentos e meditações, em ideias e sonhos sonhados numa realidade que pode ser só imaginada, mas que é fazível.
Mas este pisar de folhas amareladas, que os ventos e brisas fazem cair das árvores, não me mostram o frio que seria suposto eu estar a sentir. Será que sou eu que estou aquecido no meu interstício e esqueci que o frio cá fora era o frio que a minha mãe sentia e me mandava vestir o casaco?
Este meu caminhar, podendo parecer, não é uma ida sem rumo nem um vaguear para afastar-me de pesadelos ou de pessoas erradas. Não é para criar distâncias nem é fuga de sonhos ou quimeras. No outono me conservo para na primavera e verão não ter um mar nos olhos nem insónias de noites tropicais. Nestes outonos, neste passo lento, vou buscar forças no meu dentro, nos meus secretos esconderijos e os trago para a memória de forma a me aquecer, a alegrar nos invernos de cada dia.
Sanzalando
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