Beberico a minha cerveja gelada, olho o horizonte de céu limpo e tento ver o que há para lá do que os meus olhos alcançam.. Deixo a imaginação vagabundar sobre memórias e certezas estudas em livros científicos, com a certeza que a minha incerteza é absoluta, que o meu estar é um passageiro que há de sair numa qualquer paragem mais lá para a frente e desde já com a reafirmação que sairei dela contra vontade. Porém agora, sei que não ando por aí a distribuir sorrisos, palavras de abraço ou olhar de beijo. Mas quando o faço é de coração, sem nada querer em troca a não ser o egoísmo de me sentir feliz. Não me dói não haver retorno, nem me entristece olhares secos, marafo-me porque não consigo fazer alegria.
A minha vida não é ser palhaço, não é contrariar decepções, desconstruir castelos de tristeza. Talvez seja suavizar as lágrimas, esboçar sorrisos em rostos calcificados ou transportar soluções voluntárias para apagar fogos de alma. Talvez, mas nem eu sei a certeza.
Beberico a cerveja suave e calmamente, sorrindo com a alma leve de poder sair por aí de imaginação e memória livres.
O céu está limpo, o zulmarinho calmo e eu tranquilo num dia de outono
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