Uma Imperial estupidamente gelada, que o calor é mais de ananazes. Saí do trabalho, na verdade de sol a sol, entrei no Domingo quente c'até custa a respirar, penso ir para a horizontal, mas penso no desperdício de dia que seria se o fizesse. Sento na esplanada, mostrando a perna fina, peluda e branca que o calção deixa a descoberto; sem camisa mostrando os músculos peitorais que teimam em não serem visíveis por mais que me esforce no sofá a ver a eurosport, e bebo golo a golo a estupidamente gelada cerveja.Penso e leio. Ou será que leio o que penso na forma de escrever? Hoje estou envergonhado porque um antepassado meu bateu na mãe que era dele mesmo. Não, não posso ficar envergonhado porque não sei se ele era mesmo meu antepassado, não sei se é verdade que bateu na mãe e se for isso é só já História. Nem no Domingo eu tenho direito a pensar só coisas de Domingo? Vais ver o meu antepassado era a padeira de Aljubarrota. Não acredito. Eu sou se calhar é um clone antes de haver clones. Por isso não dá certo.Eu penso. É mesmo giro. Hoje que estou a pensar que eu penso como se escrevesse. Há cada coisa mais maluca mesmo na cabeça de um Domingo.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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