Como é sábado não caminho na areia. Me sento na poltrona de rocha esculpida pelo zulmarinho ao longos dos seus milénios, porque ele gosta de fazer as coisas com devagar, divagando na construção da natureza que lhe limita os espaços.
O meu corpo dorido de uma semana de cá para lá e de lá para cá, pele seca, queimada e áspera pelo sol e pelo sal que fica depois das lágrimas explodidas do zulmarinho secarem na minha cara e no meu corpo, precisa ficar no repouso do guerreiro.
Me ouves ou preciso beber umas e outras para olear a goela de modo que a minha voz esteja limpa como um céu sem nuvens?
Tu sabes que aquilo que não se começa nunca pode ser acabado. Assim tu ficares aqui pareces é pedra, silenciosa e escutativamente acho não te vai levar a lado nenhum, ficas é com muitas palavras no teu cérebro.
Pensa só que o que tem de ser não precisa ser empurrado e que ser humano não é peixe para morrer pela boca. Olhando para ti vejo que como nos passo dos bois se vê o peso que vai na carroça.
Eu sei que me respondes que perdido por mil é o mesmo que perdido por dois mil. Tu sabes que se formiga cria asas se chama salalé e pensa já é dona dos ares, imagina já é águia. A sorte é que guardado está o bocado para quem o há de comer. Quem está na chuva se molha.
Te falei duns provérbios que me vieram à tola assim num repente, assim num ápice, vértice de um triângulo de conhecimentos avulsos que servem para os dias em que a imaginação não consegue escutar os sons que vêem desde o início do zulmarinho na forma das suas ondas, a paciência está assim como que a ficar parece é bateria de telefone a se gastar.
Olha, fiquemos só mesmo aqui.
Sanzalando
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