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10 de julho de 2006

Merengue de amor

Seria para mim mais fácil, caminhar na areia de mil cores, fechado no meu silêncio, vendo os filmes do meu pensamento a correr na tela gigante em polifonia e coisas e tal. Punha-te a ler um texto do Pablo Neruda e a ouvir uma música de Ali Farka Touré e tu ficavas a saber o mesmo que eu penso. Porque eu já vi que o que tu queres é mesmo saber só isso, mesmo antes de eu pensar. Tu sabes que é o amor que move cada projecto de um homem. Não é por acaso que é esse amor, esse íman que nos faz despegar do chão e nos leva ao sítio onde a gente quer dizer que é aqui que eu quero estar?
Te digo na sinceridade que é esse amor que nos faz renascer, nos faz bailar um merengue, um semba, e nos faz fazer com que os nossos pés se colem nesse solo de amor. Um merengue bem dançado é aquele que faz com que teus pés voem no amor de ficar pregado num solo.
Assim, eu me sinto como que a farrar num merengue como nunca tinha farrado.
Te danço no meu pensamento o merengue do amor.
E mais te vou falar com as palavras que saiem da minha boca na velocidade do pensamento, no ritmo arritmado deste zulmarinho que nos afasta, mas que afinal nos liga numa ligação inquebrável.
Sou daqueles que dizem que o amor não conhece fronteiras, culturas ou lugares.
Vivo as tuas letras como a minha terra e o meu amor.
Me entendeste ou queres que eu faça um desenho?
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