A Minha Sanzala

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14 de julho de 2006

Que te vês?

Caminho em passo lento, fervilhando ideias, imaginando conceitos e desconstruindo preceitos. Caminho ao ritmo do marulhar, nas curvas e contracurvas desse mar que se espreguiça na areia nas formas geometricamente anárquicas.
Às vezes segues-me ouvindo, outras pareces distante que nem te consigo ver.
Se eu te dissesse um poema que eu soubesse dizer de cor compreenderias a saudade que tenho, a nostalgia e o meu desejo ardente?
Bebo uma birra gelada na tentativa desesperada de olear a garganta, afugentar fantasmas que me entorpecem a goela.
Conseguirei saber porque continuamos assim afastados como no começo de uma partida? Como no início da despedida?
Porque estamos tão distantes, se a voz, que em outros tempos nos separava de aflições, nos aproxima nas euforias e paixões?
Eu por ti criaria vida, acenderia muitos sois e inventaria novos mundos.
Vejo as minhas mãos trémulas quando te falo ao ouvido. Tudo porque sinto que não sentes a minha existência como se fosse tua. Sinto um medo terrível de não me seres fiel quando eu te pedi apenas para seres o meu encosto de cabeça, os ouvidos que me ouçam, o perfume que cheiro.
Olho-me no espelho do pensamento e vejo-me a carregar um ou dois mundos às costas. E tu? E tu que vês quando te olhas? Vês-te como que a ajudar-me a carregar este peso?
Eu consigo ver-te, no meu espelho côncavo de experiências feito, confusa, bélica, seca com vontade de sorveres as minhas lágrimas, chorosamente distraída porém com vontade de fazer novas amizades que germinam em mim uma neblina de desentendimentos.
Tas-me a acompanhar no filme e na birra estupidamente gelada?
Sanzalando

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