Divagando neste caminhar com sentido e consentido ao longo do zulmarinho. Cada passo é passo de dança ao ritmo da marulhar que se espraia num preguiçar pachorrento de quem quer ser aquecido pelo raios de sol. Caminho calçando botas de areia, marcando o caminho que se apaga em cada espreguiçadela dele. Divago no tempo de não ter tempo que me comande, divago na vagarosidade das decisões indecisas, divago de prisão em prisão até ao ventre final. Divago sobre tudo e, sobretudo, sobre nada. Posso te dizer que caminhando vou vivendo. Pergunto-me qual o objectivo desta vida? Desisto de querer responder e de querer ouvir-te dizer uma resposta. As possibilidades são muitas, tantas quanto os enganos. Então, simplesmente vou vivendo. Um dia e mais outro sem intermédios e intermediários. Curtindo os bons momentos que são muitos, dependendo apenas dos ângulos dado pelo olhar. Pesando e envelhecendo com os maus. Cá me sustento emocionalmente no balançar das ondas, equilíbrio instável do estar e deixar de estar. Cá me construo nos alicerces que tento construir no dia a dia, nunca pensando em terminar a inacabada obra. Algumas surpresas interessantes, no mínimo, vão-se sucedendo como cenas de um filme. Gente que ficou para trás na minha estória de vida e, que um dia, num estalar de dedos, contactou-me através de uma rede virtual que não sonhara nos meus sonhos passados.
Tenho sonhos. Alguns são tolos, outros simples; outros exagerados, carregados de pesadelos num peso não medido, outros ainda mais malucos que a própria loucura. Aceito a possibilidade de nunca concretizar alguns deles, mas alimento-os na medida em que eles não são uma patologia. Me descubro evoluindo-os. Ainda bem, porque sei que daqui a pouco o cérebro tem mais perdas do que antes e é possível que eu me torne num lunático de passo baralhado no espaço do tempo.
Divago no perfume da maresia, espezinhando a espuma branca das ondas no seu espraiar.
Divago hoje sobre os sonhos. Os sonhos são como a gente.
Tem gente que a gente nem queria saber que existe. Tem sonhos que a gente não queria ter sonhado. Mas se sonhou é porque existe e se existe tem de lhes alimentar até eles sumirem no vazio da sua insignificância significativa do estado vegetativo.
Tem sonhos que a gente queria estar sempre a sonhar. Mas na frente dessa impossibilidade, a gente os alimenta e eles se organizam na forma que a gente sonha mesmo quando não lhes vê passar na frente do ecran dos sonhos.
Tem sonhos que a gente nem sonha que alguma vez sonhou.
Tenho sonhos. Alguns são tolos, outros simples; outros exagerados, carregados de pesadelos num peso não medido, outros ainda mais malucos que a própria loucura. Aceito a possibilidade de nunca concretizar alguns deles, mas alimento-os na medida em que eles não são uma patologia. Me descubro evoluindo-os. Ainda bem, porque sei que daqui a pouco o cérebro tem mais perdas do que antes e é possível que eu me torne num lunático de passo baralhado no espaço do tempo.
Divago no perfume da maresia, espezinhando a espuma branca das ondas no seu espraiar.
Divago hoje sobre os sonhos. Os sonhos são como a gente.
Tem gente que a gente nem queria saber que existe. Tem sonhos que a gente não queria ter sonhado. Mas se sonhou é porque existe e se existe tem de lhes alimentar até eles sumirem no vazio da sua insignificância significativa do estado vegetativo.
Tem sonhos que a gente queria estar sempre a sonhar. Mas na frente dessa impossibilidade, a gente os alimenta e eles se organizam na forma que a gente sonha mesmo quando não lhes vê passar na frente do ecran dos sonhos.
Tem sonhos que a gente nem sonha que alguma vez sonhou.
"Como sei? Kué Quá? Há coisas que a gente sabe com o coração, sem precisar de as ver. Coblo Pletu vlegá cabeça ni obô gigi, manda Trupi-Sun-Deçu benzê boca"
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