Caminho com olhar feito farol. Minha cabeça precisava ser cabeça de pombo e olhar a toda a volta. Assim não era preciso arrastar este pesado corpo por tanto atrito de ar para estar a ver tudo o que eu quero ver e mais ainda aquilo que eu gostaria de ver. Sinto-te a degustar uma birra geladinha que muita falta me vai fazendo nestes dias em que o calor me aquece o cérebro e me enferruja a goela de sede. Estende aí uma para mim e vamos conversando as minhas palavras, em troca do teu silêncio e da tua capacidade de escutares.
Daqui a pouco me viro para trás num repente e te beijo. Nem tens hipótese de esboçar uma fuga ou um gesto de contrariedade. Me segues nesta praia de areia de mil cores, me escutas as palavras com sabedoria silenciosa, me acaricias com olhos ternos e eu só te tenho dado estórias.
Nunca te dei um beijo, esse beijo que, penso, tens esperado, ansiado, suspirado. Falo, falo e nada. Olhamos a linha recta que é curva tentando ver o que está para lá dela, trocamos silêncios cúmplices, carícias de olhar algumas vezes raras. Mas um beijo?
Quem não se recorda dos momentos que antecedem o beijo? Esses momentos podem ser segundos, minutos, horas, dias ou anos.
Porque nos filmes do cinema eles fecham os olhos quando se beijam?
Em que livro, em que escola, a gente aprende a beijar? Tem movimentos, tempos e rituais específicos que definam a qualidade de um beijo?
Acho mesmo que é só um deixar-te levar na onda.
O primeiro beijo te leva a uma espécie de pânico incontrolado. As pernas te tremem parece é caniço num dia de vento, coração bate parece correste na frente de um cão faz horas de seguida e a boca te seca parece estás perdida no deserto faz meses.
Como posso beijar com toda esta minha ignorância de sabedoria beijal?
Um dia, assim sem sabermos mesmo mais como foi, ele foi dado, lábios nos lábios, cabeça torcida, língua sobre língua, uma guerra campal dessincronizada que te deixou sem ar e sem palavras.
Vamos mesmo só continuar a caminhar neste areal, sentindo o perfume da maresia e dançando nossos corpos no ritmo do marulhar das ondas desses zulmarinho que nos separa mas nos liga nas suas correntes, nos nossos segredos.
Daqui a pouco me viro para trás num repente e te beijo. Nem tens hipótese de esboçar uma fuga ou um gesto de contrariedade. Me segues nesta praia de areia de mil cores, me escutas as palavras com sabedoria silenciosa, me acaricias com olhos ternos e eu só te tenho dado estórias.
Nunca te dei um beijo, esse beijo que, penso, tens esperado, ansiado, suspirado. Falo, falo e nada. Olhamos a linha recta que é curva tentando ver o que está para lá dela, trocamos silêncios cúmplices, carícias de olhar algumas vezes raras. Mas um beijo?
Quem não se recorda dos momentos que antecedem o beijo? Esses momentos podem ser segundos, minutos, horas, dias ou anos.
Porque nos filmes do cinema eles fecham os olhos quando se beijam?
Em que livro, em que escola, a gente aprende a beijar? Tem movimentos, tempos e rituais específicos que definam a qualidade de um beijo?
Acho mesmo que é só um deixar-te levar na onda.
O primeiro beijo te leva a uma espécie de pânico incontrolado. As pernas te tremem parece é caniço num dia de vento, coração bate parece correste na frente de um cão faz horas de seguida e a boca te seca parece estás perdida no deserto faz meses.
Como posso beijar com toda esta minha ignorância de sabedoria beijal?
Um dia, assim sem sabermos mesmo mais como foi, ele foi dado, lábios nos lábios, cabeça torcida, língua sobre língua, uma guerra campal dessincronizada que te deixou sem ar e sem palavras.
Vamos mesmo só continuar a caminhar neste areal, sentindo o perfume da maresia e dançando nossos corpos no ritmo do marulhar das ondas desses zulmarinho que nos separa mas nos liga nas suas correntes, nos nossos segredos.
Sanzalando
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