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25 de julho de 2006

A mesma alma o mesmo coração

Caminho na areia das mil cores que borda o zulmarinho, deixando marcados os meus passos de forma que uns segundos depois eles já lá não estão. Passeio como se nunca passasse por aqui. Desmarco o terreno que piso.
Me segues com os ouvidos à escuta, atenção ao rubro.
Tenho medo que o sol se ferva ao chegar a ti. Tu, fresca, sempre jovem, sempre bonita, sempre airosa, respirando alegria mesmo quando não mostras o teu sorriso permanente.
Ainda há quem vá a Paris ver o sorriso enjaulado de um quadro. Vissem o teu e jamais te largariam, passar-me-ias para um teu segundo plano.
Tu pareces estar sempre na Primavera quando eu caminho para o Outono da vida. Só o perfume da maresia me faz sentir jovem, com forças para lutar pelo teu amor que há muito deixou de ser platónico.
Se pudéssemos estar a fazer as caminhadas do lado de lá da linha recta que é curva, eu não me importaria de deixar as minhas marcas bem vincadas no chão que pisas, no chão que afinal é teu, que és tu, agarrar nos teus braços como fossem ramos de árvores e pular até não poder mais, cantar-te versos nunca feitos sobre sons que só tu sabes escutar.
Eu voltava a mostrar o meu sorriso quase permanente, eu conseguia fazer com que as rugas da minha cara se fossem esbatendo como se tivesse encontrado a pedra filosofal.
Nunca pergunto como estás nem como gostarias de estar. Sei de saber te olhar e ver, com os meus olhos lacrimejando gotas de zulmarinho, que estás primaverilmente bem, outonamente ansiando por me ouvir nas minhas estórias, que mesmo que não tenham acontecido não deixam de ser verdadeiras.
Troco uma lágrima minha por um sorriso teu, numa promessa em que esteja onde estiver tu estarás sempre dentro do meu coração, faças tu o que me tiveres feito, que eu não destilarei o amor que sinto por ti.
Sei que é difícil estar aqui e lá. Mas por ti eu estarei sempre onde queres que tu estejas a passear o teu primaveril ar, estarei sempre a falar, oleando a goela com uma ou outra birra estupidamente gelada.
Tu e eu somos a mesma alma e coração
Sanzalando

6 comentários:

  1. Isto do impossivel de se estar em dois lados ao mesmo tempo!!!!!!! Liga o piloto automático, e aprende a caminhar sobre as ondas.
    sjb

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  2. Viva Carlos:

    Falas do teu zulmarinho que metes inveja na pessoa.
    Como sabes Portugal também tem uma imensa costa marítima e, porque vivo junto a ela, sei do que falas.

    Um abraço,

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  3. ainda...
    tens que descodificar essa do sorriso enclausurado, pois o Dan Brown tem o telemóvel desligado.
    sjb

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  4. SJB (lol)
    Tendo eu o dom da ubiquidade estou sempre em todo o lado - basta ter-me lúcido e imaginativo que os sonhos me levam na crista da onda. Quantos sorrisos enjaulados vemos em cada minuto da nossa vida em sociedade? Medos e prisões são tantos que a vida quase parece passar ao lado.

    JAMostardinha:
    É sempre com muito prazer que 'ouvejo' os seus comentários ao longo do zulmarinho. Faz de conta eu estou em Aveiro, caminhando na areia até Espinho ou vice versa que dá no mesmo... MAr é preciso

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  5. Ubiquidade... hummmm ubiqu + idade ??? Hummmm um bicu de idade(chiça que mania de escrever caro!!!)mas já que tens essa qualidade e que deve ser a serenidade que nos dá a idade (LOL), nunca abandones o sonho, nem a crista da onda, nem que para isso tenhas que te socorrer de uma prancha (de surf ou de BD, tanto dá!)
    SJB

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  6. ... quanto aos medos e prisões, a vida passa mesmo ao lado! Temos que acertar o passo, para caminhar lado a lado com ela, pois ela não espera nunca, e às vezes é cruel, pois nem para o lado, olha!
    SJB

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