Eu hoje queria opinar mas toca a ser dia de finados.
Passaram-se 5 anos em que fui visitar a campa do meu pai no cemitério do Namibe. Com a ajuda de desconhecidos, que num momento de, para mim, grande solidariedade, nos ajudaram a limpar, a dar um ar de dignidade àquele que para mim foi um grande Homem, que é para mim o meu Herói.
De lá para cá pouco mudou na mentalidade dos grandes senhores, dos que já eram, dos que passaram a ser, dos que pensam que são e dos que por muito que tentem não conseguem lá chegar mas continuam a dar ar da sua graça.
Hoje, Dia dos Finados, que alguns dizem dia dos Santos Finados, talvez porque se viram livres dalgumas espécies que lhes faziam a vida negra, ou, porque eram mesmos santas pessoas e lhes sentem muito a falta. Afinal de contas há finados para todos os gostos.
Depois de se morrer é que alguns vão definir bem quem era o morto antes desse consumado acto de morrer ter acontecido. Grande Homem ou Mulher que aqui o sexo não interessa. Uma peste, foi uma bênção dos deuses e afins, tudo se pode ouvir. Mas para a mesma pessoa existirão opiniões tão diferentes que é melhor mesmo a gente deixar passar o tempo e, um dia, num qualquer compêndio da memória, recapitular e já sem sentimentos à flor da pele, se lhe definir e mesmo assim não de forma definitiva.
Faz hoje cinco anos que visitei a campa do meu Herói e só o consegui fazer porque fui apoiado por amigos e muitos que apenas conhecia de nome dito num qualquer monitor de computador.
Tenho tantas saudades e tenho tantos agradecimentos que se me dispusesse a fazê-los aqui não restaria espaço e a memória iria falhar num ou noutro nome, o que deixaria de ser simpático da minha parte.
Para além disso ir-me-ia falhar a memória dos que morreram em vida que ainda vivem e não deixam viver.
Publicado inicialmente no Pensar e Falar Angola
Sanzalando
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