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1 de novembro de 2010

me ausentei

Me ausentei com o rosto fixado num sonho amadurecido, por um sonho que já me levou a lendas, que já me fez navegar por mares que eu nem sabia que existiam, que já me fez voar com asas invisíveis. 
Me ausentei por prazer, me desafogar de nostalgia, me encharcar de novas vontades, de sonhar novos sonhos e de voltar a voar nem que seja por imagens gravadas na memória.
Faço a minha alma gritar em silêncio mil vezes o teu nome até ao dia em que despertares de vez para mim, cantares e dançares para mim numa festa de apenas nós os dois.
Me ausentei para fugir do barco que sentia que naufragava nas revoltosas ondas da ira e do cansaço. Parti despido, levando apenas o olhar para o sonho cada vez mais amadurecido e que tarda em ser realidade.
Me ausentei cantarolando canções de dor ao sabor do vento, ao ritmo das tempestuosas saudades.
Regressei e pouco ou nada mudei.

Sanzalando

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