
Foi pertinho do mar, me recordo como fruto da minha imaginação, que te dei o primeiro beijo. Único? Que importa, se o que interessa é que eu dei, mesmo que seja só de fingir. Sei que foram beijos de silêncio. Com aquela idade eu ia dar mais beijos como? Mas importante é que eu me lembro, mesmo que seja uma memória recente que nem meio século tem. Ou tem? Já me está a faltar memoria? Não. É só mesmo lapso que a minha garganta de tanto falar já tropeça nela mesmo.
Mas vou em direcção ao mar porque é no mar que tenho as tuas cartas escritas na letra mais audível da minha imaginação.
Mesmo cambaleando sigo como sigo quase todos os dias a ver o mar. Eu acho fui feito no mar mesmo que tenha nascido lá em cima que até dá vertigens. Mas no mar eu me sinto eu.
Sanzalando
Não preciso de resposta mas pergunto. P'ra quando, poeta? Que vai autografar um livro que vai-me pertencer?
ResponderEliminarEste texto me deixou de pele de galinha.
Eu me vejo indo nesse carreiro em direcção ao meu mar do sul, meu porto seguro, minha morada e ainda não lhe vejo nem lhe oiço, mas já lhe sinto.
Uma vez escrevi aqui qualquer coisa como, o escritor talentoso é aquele que diz o que nós sentimos mas não somos capazes de o escrever. Quando leio um texto assim para além do arrepio na alma ele me faz sorrir e provocar um momento de coisas boas.
Muito obrigada pessoa talentosa e sensível por me dar a possibilidade de Sentir-me um ser melhor, diariamente.
Tudo, tudo de bom.:-)