Por aqui, olhando para lá, quase vendo o imaginário mundo que anseio penso mil ideias para falar-lhe. Lanço-lhe reptos, discurso agressivo, caricias meigas numa misturada de sentimentos que alguém que fosse testemunha ia dizer que eu enlouqueci.
Por aqui, olho para lá, do outro lado do horizonte, onde a minha vista não consegue quase imaginar onde fica e onde a memória se vai apagando num suave esbater de tempo, eu já não consigo lembrar-me as tantas palavras que escrevi no pensamento para lhe dizer.
Por aqui, olhando para lá, procuro as minhas profundezas, importantes e vitais, essas que poderiam levar a um desenvolvimento do meu estado de espírito até atingir o clímax, se evaporam em nadas, em voz branca desbotada, em eco surdo sem memória.
Por aqui, olhando para lá, choro uma ou outra lágrima sem que ninguém veja e espero sempre que num amanhã eu consiga ver o mar ser o meu caminho. Não é uma viagem para fugir da vida, não é o transportar o meu corpo para outro lugar. É a mudança mesmo! É voltar a encontrar-me à minha maneira.
Por aqui olho para lá.
Sanzalando
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