Vamos caminhar hoje? Te me apetece falar das coisas de sabores antigos.
Minha avó me dizia que o destino estava já escrito. Não valia a pena lutar contra ele. E eu, jovem, lhe acreditava como uma indesmentível verdade.
Agora, já mais crescido, no vai e vem dos meus passos, no tropeço das minhas quedas de vida, chego à conclusão que a minha avó estava errada e que tudo é uma sucessão encadeada da nossa vontade com um pouco de azar.
Mas se por acaso a minha avó tivesse razão e eu lhe acreditasse ainda te diria, com toda a minha convicção, que suspeito que o destino é mesmo uma pessoa oculta que vive em lugar nenhum e que me espia como um espectador de primeira fila no melodrama da minha vida, porque as coisas boas a gente esquece numa rapidez que já nem um segundo depois se varreu da memória e o que fica é o melodrama da lágrima e da dor.
Mas esse espectador não está ali para me aplaudir, para me consolar, mas sim à espera de se poder rir dos meus infortúnios, de poder travar os meus passos dados em frente, de poder fechar todas as portas que timidamente se me abram, de travar todos os sonhos como se ele fosse o inventor dos pesadelos.
Olha, se eu lhe conhecesse, te digo, lhe torceria o pescoço, independentemente de quem me chamasse de louco de lutar com tão poderosa criatura.
Se tudo está escrito, como disse a minha avó, porque chorava ela quando um filho lhe saia de casa? Ela nos seus muitos anos de sabedoria já devia ter lido essa página.
Minha avó me dizia que o destino estava já escrito. Não valia a pena lutar contra ele. E eu, jovem, lhe acreditava como uma indesmentível verdade.
Agora, já mais crescido, no vai e vem dos meus passos, no tropeço das minhas quedas de vida, chego à conclusão que a minha avó estava errada e que tudo é uma sucessão encadeada da nossa vontade com um pouco de azar.
Mas se por acaso a minha avó tivesse razão e eu lhe acreditasse ainda te diria, com toda a minha convicção, que suspeito que o destino é mesmo uma pessoa oculta que vive em lugar nenhum e que me espia como um espectador de primeira fila no melodrama da minha vida, porque as coisas boas a gente esquece numa rapidez que já nem um segundo depois se varreu da memória e o que fica é o melodrama da lágrima e da dor.
Mas esse espectador não está ali para me aplaudir, para me consolar, mas sim à espera de se poder rir dos meus infortúnios, de poder travar os meus passos dados em frente, de poder fechar todas as portas que timidamente se me abram, de travar todos os sonhos como se ele fosse o inventor dos pesadelos.
Olha, se eu lhe conhecesse, te digo, lhe torceria o pescoço, independentemente de quem me chamasse de louco de lutar com tão poderosa criatura.
Se tudo está escrito, como disse a minha avó, porque chorava ela quando um filho lhe saia de casa? Ela nos seus muitos anos de sabedoria já devia ter lido essa página.
Vamos continuar a caminhada que é o nosso destino e ele deve estar escrito aí algures, numa folha de vento qualquer.
Sanzalando
Será que o destino te protege que nem anjo da guarda? Procura entendê-lo. Vais ver que um dia destes o apanhas distraído, no virar de uma esquina, ou num voltar de repente e ate lhe vês as asas.
ResponderEliminarSJB
Sabe, a sua avó era uma daquelas "personagens" adoráveis que têm os filhos e os netos no coração. Aposto que dizia coisas sábias. Belas. De comover pelo amor nelas inscritas.
ResponderEliminarTodas as avós são algo de maravilhoso. A sua, tenho a certeza absoluta, que era uma delas, como a minha era. Contavam coisas infinitas. Histórias de pasmar, pelo fervor, carinho e dedicação que tudo cala.
Quem não gosta do colinho afável e bom de uma avó? Já não as tenho, mas lembro-me das suas histórias reais da vida de magia.
Tenho a certeza que, a sua e a minha, tinham certezas. Sabe, por quê? Porque choravam para si próprias e, o seu choro, era um imenso choro sentido. Vivo. Terno. Presente. Que reconforta e tudo transcende.
Quanto ao destino?
Não sei. Respeito-o, mas não sei.
Talvez, uma vontade. Um simples traço vivido que não acredito.
Só sei que a sua avó lhe tinha amor. E, a magia de ser a sua inconfundível avó. Com uma sabedoria que traça destinos que eu não sei nada. Ela sabia, por isso, era a sua avó!
Abraço
pena
Então,
ResponderEliminar"Se as coisas boas esquecemos", não acho que seja o destino o culpado.
Somos nós que esquecemos e valorizamos "o melodrama da lágrima e da dor".
O destino está lá longe no futuro e não existe enquanto tudo não estiver consumado.
Mas se ele existe e é um inimigo que não podes vencer, então una-te a ele. Leve-o para onde quiseres.
bj.