Nestas caminhadas me aprendi, me conheci e te dei a me conhecer, mesmo que caminhes sempre pregada a mim.
Nestas caminhadas te falei de amor, de dor, do que ganhei e do que perdi, do que fui, do que sou e nunca do que serei porque nem eu sei.
Nestas caminhadas com sabor a sal e perfume de maresia, com música de fundo num marulhar do zulmarinho se esticando na praia como a querer mostrar que também ele cresce quando quer, não fizemos guerra nem com a vida nem com os dissabores, nem com as nossas prisões ocultas.
Quando nos apeteceu nos sentamos como seres adultos e maduros, falamos de êxitos e fracassos, de amigos e menos amigos, das coisas que nos fazem ser gente, sentir gente.
Alegámos na passada, sorrimos no descanso, aquecemo-nos na cumplicidade dos abraços que não podemos dar um ao outro.
Aqui perdemos. Aqui ganhamos.
E agora o que vai ser de nós se pararmos de falar?
Engordamos o cérebro com coisas não ditas, ficas fechada no teu silêncio sombrio sem saberes onde vou, como vou e com quem vou, se é que para algum lado irei.
Eu sei que na mesma me seguirias para onde quer que eu fosse, e estarias pronta a ouvir-me ali na hora que me apetecesse dizer-te os meus segredos. Mas não saberias juntar as palavras soltas, não te saberia ao mesmo.
E agora, se eu parasse de te falar?
Nestas caminhadas te falei de amor, de dor, do que ganhei e do que perdi, do que fui, do que sou e nunca do que serei porque nem eu sei.
Nestas caminhadas com sabor a sal e perfume de maresia, com música de fundo num marulhar do zulmarinho se esticando na praia como a querer mostrar que também ele cresce quando quer, não fizemos guerra nem com a vida nem com os dissabores, nem com as nossas prisões ocultas.
Quando nos apeteceu nos sentamos como seres adultos e maduros, falamos de êxitos e fracassos, de amigos e menos amigos, das coisas que nos fazem ser gente, sentir gente.
Alegámos na passada, sorrimos no descanso, aquecemo-nos na cumplicidade dos abraços que não podemos dar um ao outro.
Aqui perdemos. Aqui ganhamos.
E agora o que vai ser de nós se pararmos de falar?
Engordamos o cérebro com coisas não ditas, ficas fechada no teu silêncio sombrio sem saberes onde vou, como vou e com quem vou, se é que para algum lado irei.
Eu sei que na mesma me seguirias para onde quer que eu fosse, e estarias pronta a ouvir-me ali na hora que me apetecesse dizer-te os meus segredos. Mas não saberias juntar as palavras soltas, não te saberia ao mesmo.
E agora, se eu parasse de te falar?
Sanzalando
Não pode parar de falar e nem de tocar a música, são tão bonitas. Hoje não escutei.
ResponderEliminarEla te acompanharia obediente no teu silêncio e esperaria sempre silenciosa até que mudasses de idéia.
ResponderEliminarPI
Viva Carlos:
ResponderEliminarPois mas... "eu não falo de política". :-)
Um abraço,
Se parasse de falar ficaria um silêncio incómodo de melancolia, aflição, prostação, de desamparo, de noites há espera de dizer alguma coisa sentida.
ResponderEliminarTRISTE!
Por favor, a palavra é sua.
Não a cale, por favor!
Abraço
pena
you just keep me hanging on
ResponderEliminarA CAMINHADA
Que são palavras sem dor?
A limitada emoção de ver teu novo cognome no ecrã
não se compara
ao ritmo bulímico da aceitação
deste corpo,
frágil e refeito em momentos
resistente mas cicatrizado de simbolismos,
tão perdido a tentar libertar um desejo
que possa ser seu, um objectivo
assumido.
Foram olhares que não conseguiu retribuir,
os únicos
que poderiam deslizar pela lama das formas
enregeladas mas moldáveis,
prevalecendo uno com som puro e afinado
como pardais ao amanhecer,
jovens de braços soltos
do ninho para as crostas até ao desalento.
Somos meras amoras
de tristeza banal fraca demais
para se suster sozinha
na mentira que é a nossa vida.
Sim minha senhora
quero e uso a educação para criar contraste,
num fugaz relato de veias com sangue
sem perseverança para colar as asas e voltar a contestar
a ferida, nas canadianas de angústia
é este o destino
e todos fingem amar e não sabê-lo.
As flores apontam o dedo ao fumo das secreções
pois sabe bem ser falso optimista e
rotular a morte que todos alimentamos.
É vício, ilusão inebriante atropelada de
glamour amolgado nas lajes do tempo,
todos te conhecem e se perdem em ti
ou ficam ociosas crianças no hábito de
corda ao pescoço e telecomando à mão,
afogados nos lençóis escorregadios da espera
de ver, um dia, a face idílica da epidemia
sussurando o bilhete da passagem proscrita.
Sei da condição, sinto-a a provocar-me
para a partir em pedacitos miseráveis quando assim fôr
a última forma de expressão
possível.
2003
IN FOTOSINTESE
WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM
Seria como quando olhas para o mar e ele nem ondas te dá, confundindo-se com lago.
ResponderEliminarSe te debruças no lago não vês a tua sombra. Tas de caras com a tua cara.
Se olhas pra longe não vês a linha. Tudo se resume ao que te rodeia.
Sentes beleza e tranquilidade.
Mas precisas da agitação da onda para sentires que ela vem do outro lado da linha em viagem de ir e vir , trazendo e levando reciprocidade e cumplicidade duma vida comum em qualquer praia que estejas...
Abraço
Conterra
Ela continuaria , surdamente , a ouvir-te no teu subconsciente.
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