Hoje não sento no zulmarinho. Mais tarde lhe vou espreitar, lhe vou contar as coisas que sei, ouvir-lhe o que não sei. Enfim conversar com ele e saber coisas desde lá até acolá, já que ele sabe tudo e como ele anda calmo vai ter tempo para me abraçar um outro dia que eu possa lhe visitar mais cedo. O abraço dele não é um simples abraço, não é a facilitação do encontro dos dois corpos, é mesmo assim uma subtileza, uma música, um poema, é o apertar do meu coração como toda a superfície dele e sentir aquele afago que até o silêncio parece é música.
Hoje não posso sentar perto do zulmarinho, mas vai ter horas depois para a gente matar as saudades, porque eu não te vou dizer nunca que fizeste-me as tuas coisas e agora tens que te aguentar sozinho porque se não fui suficiente para te aguentar também não o sou para te consolar. Não, tu sabes eu estou aqui a te ver mesmo que os meus olhos não te vejam, mesmo que o meu olfacto não sinta o teu perfume de maresia.
Hoje não me sento, zulmarinho, porque a boa vida tem um preço e eu vou iniciar hoje a pagar o ter estado estes dias a te mimar. Hoje mudei de ares. Mas te visitarei todos os dias eu possa.
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário