Finalmente boiando no zulmarinho como jibóia se aquecendo ao sol.
Jibóio para relaxar as memórias, descansar os sonhos e renovar pensamentos. Jibóio só porque sim ou porque talvez ou se calhar é mesmo porque não. Mas hoje jibóio porque é mesmo difícil amar quando as coisas estão erradas, quando a vida está desarrumada, quando o mês é maior que o ordenado, quando os silêncio revoltam-se em dúvidas, quando as palavras se sentem enlatas nas cordas vocais, quando um gesto de ternura não existe, quando um beijo é substituído por um seco e transpirado olá, quando um abraço é teleguiado por um fantasmagórico aceno de adeus, quando a espera é um vazio carregado de nadas.
Finalmente jibóio no zulmarinho para mascarar as minhas lágrimas ao lembrar o que poderia ter acontecido e não aconteceu, para esquecer a porta batida numa paciência esgotada e uma riso que não segue uma frase carregada de humor.
Jibóio no zulmarinho, olhando o céu azul e pensar que não tenho de mentir para estar aqui a jibóiar os pensamentos, os sonhos e os desejos sempre renovados.
Sanzalando
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