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25 de agosto de 2013

desarrumadamente esquecido

Me sento na areia que margina o zulmarinho e ponho as minhas contas em dia. 
Já não me lembro de quando ouvia Elias Dia Kimuezo, Jovens do Prenda, Minguito, Mingas ou Vieira Dias. Já não me lembro de Chico Buarque ou mesmo do Roberto Carlos. Não tenho memória dos Beatles. Já não sei da minha pseudo-cultura, já não me recordo dum dia inteiro, duma noite de poesia com António Jacinto ou Alda Lara, Ernesto Lara ou as que eu mesmo rabiscava em sebentas, fazia de conta era intelectual. Já não sei as baladas de José Afonso ou Adriano Correia cantadas nas serenatas do início da noite nas namoradas que não adivinhavam o nosso amor.
Já não me lembro das juras de amor eterno e imutável. 
Já não me lembro das estradas esquecidas percorridas horas sem fim pelo prazer de passear.
Já me esqueci o sabor dos cigarros comprados em pacotes de 100 e que nos obrigava constantemente a cuspir os pequenos pedaços de tabaco que se colavam aos lábios.
Já me esqueci dos olhos sempre abertos que não adormeciam para te ver num constantemente e com medo de fraquejar no reino encantado dos sonhos.
Assim, desarrumadamente esquecido, ponho na cara um aspecto sexy-cativante e entrego a minha alma às kiandas que vivem num marquistão qualquer deste zulmarinho ou num estreladoquistão das noites de luar com o sentido de elas me embalarem num palavreado de entretantos sonhos e maravilhas.

Sanzalando

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