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2 de agosto de 2013

calema

Olha só para ele, continua revolução sobre ele mesmo. Mergulho e não nado nem bóio. Ele está assim só para me revoltar os pensamentos, para tumultuar os meus sonhos e embaralhar as minhas ideias. Mas ele esquece que assim eu tenho mais tempo aqui na areia para mim. Me organizo, reoriento e se tiver para ali virado me revoluciono em silêncio e em segredo.
Aqui, assim, tenho tempo para ir buscar coisas às prateleiras da memória, desde a saudade às conversas tidas, desde um beijo a uma carícia ou ficar pelo sabor de um chá de capim. 
Te revolta, afasta as gentes de ti e daqui a pouco estás mergulhado na tua própria solidão. Te aviso, zulmarinho. Não é altura de fazer amuação nem calema. Serena as calmas e tranquiliza porque o silêncio impera e não armes a tua própria campa. Zulmarinho tem-te e contem-te.
Olha eu aqui a giboiar transpiração, a lavrar ideias e a sussurrar-te segredos da minha alma.
Aqui, na areia, zulmarinho, eu vou fazer mais o quê se não consigo ouvir as vozes que deviam chegar desde o lado de lá da linha, tal é o barulho que fazes.
Olha, zulmarinho, afinal de contas eu hoje só vou querer saber se existe alguém do lado de lá da linha que possa ficar com a minha memória, saborear os meus pensamentos e resumir as minhas ideias, e que não tenha medo de ter assim revolto, bravo, espumando pela areia fora. 




Sanzalando

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