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3 de agosto de 2013

Pode não ser hoje

Um dia a gente cria juízo. Mas pode não ser hoje? 
Com esta brisa revoltada em vento sul devia ser descontado o dia porque assim o zulmarinho parece se afasta sabendo que eu não gosto de mais que brisa. Ele já anda zangado, revoltado e ao mesmo tempo lhe olho e vejo com saudade do sossego de mim, de vontade de abraçar e molhar todo o meu corpo com a sua suavidade salgada. Pois os teus abraços são óptimos porque não são qualquer um. Vá lá. Pode não ser hoje? Ficar a aqui a ver só por ver o zulmarinho e esperar que o meu coração volte a bater no ritmo de cada dia não estou nem aí. Me deixa passar um dia inteiro com ele. De manhã até na noite, de modo que a minha pele fique assim num enrugado que nem melhor amigo me conheça e eu possa viver num desconhecido mundo de ideias, sonhos e pensamentos sonhados todos de novo.
Eu sei que tenho que ter juízo. Mas pode não ser hoje?
Eu queria deixar por aqui a minha marca mesmo que não soubessem que eu parei por aqui. Eu não gosto como eu me afasto dos sentimentos que são humanos, só porque eles são humanos e eu não me acho merecedor de os ter. Eu sei que a vida não é longa para me deixar enrolar em cada passo que dou com medo que seja em falso ou seja julgado por um júri que não reconheço.
Eu queria seguir o meu rumo como sinto o meu coração.
Pode não ser hoje?

Sanzalando

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