Deixei passar o dia mundial da língua portuguesa. Devia estar muito ocupado a construir o meu carro de rolamentos ou a treinar os patins para as corridas da descida da rua dos pescadores. Como foi que podia deixar de lembrar o Dr. Moura que sabia o raio dos Lusíadas de cor e mais os sonetos e os poemas de toda a gente. Eu falava um verso e ele continuava parecia era livro a me fazer eco.
Eu pensava que tinha descoberto um poeta escondido e desconhecido num livro que o meu pai tinha deixado lá por casa antes de morrer. Eu nunca tinha ouvido falar dele e pensei, nos meus anos de traquina eu pensava, vou-lhe dar baile e decorei:
Aí ele olha para mim e remata até parecia era futebol bem treinado:
Me engasguei, dessoletrei-me na integra, enfiei-me num buraco e ouvi uma lição de Sebastião da Gama, um poeta que viveu depressa e depressa me deixei de armar em culto.
Sanzalando
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