Passeando pensamentos por aqui me vou distraindo da realidade que passa por ali. Não lhe fujo, finto-a para não andar de nome feito, isto é, com uma carranca de meter medo ao susto. Eu sei que a minha alma é antiga. Também não tanta assim. Um bocado pois eu nasci adulto e vou crescendo criança. Sempre estive um passo atrás. Não por medo, mas o herói estava a beira do abismo e deu um passo em frente. Eu compreendo a vida assim dum modo resumido. Essa miserável vida que alguns passam o dia a sonhar eu destilei do meu ser. Essa amarga vida que alguns fervem sem água, eu amarfanhei num buraco vazio do celeste azul da inexistência. Eu continuo com os meus sonhos juvenis até apagar a minha alma adulta.
Sanzalando
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