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6 de maio de 2020

eu, desconfinado

À terceira será de vez. Ou quem sabe precisarei de mais umas tantas outras.
É claro que vou ter de pedir paciência. Vou respirar fundo e manter-me calmo. Ninguém vai perceber o meu estado de ansiedade. Eu não sou transparente. Sou coerente e jamais mostrarei a minha insegurança ou o meu medo. Eu sou forte o suficiente para me segurar em mim. para mim parece não existir o difícil. parece. As aparências iludem. As minhas palavras, os meu sonhos e minha estórias são a incandescência do meu ferver sem fervor. Nem o brilho da tirania medíocre e ignorante me deixam ao sabor da insónia.
Conheço o peso das palavras e a minha pele o calor dos sentimentos. Sei-me humano mesmo no engano duma palavra mal falada.
Desconfinadamente jamais serei um finado feliz, mas um refinado refilão feliz.
Nada mudou. 
Num fim de tarde, vendo o pôr-do-sol, sei que mais nada sou que não seja o que sempre fui: Eu!


Sanzalando

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