Vai sol alto e meu corpo quente se desfaz numa pachorrenta forma de vagabundear pensamentos sem me deslocar. Hoje eu não estou no meu corpo. Ausentei-me para parte incerta de mim. Hoje optei por não viver. Hoje perdi o vi e fiquei-me a ver. Faz conta sou espectador do filme da minha vida. Hoje deixei a vida correr em piloto automático. Deixei a consciência de lado e deixei o meu corpo viver a vida dele. Faz conta não conheço ninguém neste filme. Desconheço até o enredo apesar de me enredar nesta poltrona da imaginação. Ups, quase deu vontade para puxar-me para dentro do meu corpo mas consegui me controlar e deixar correr um pouco mais de fita. Não era um momento de tortura, era só mesmo um teste de paciência. Isto é difícil. Não conhecendo o guião a vida não parece fácil. Mas acho aquele corpo está a desenrascar-se suave e docemente bem. Mas eu devia ter-me precavido e ido buscar um controlo remoto para poder voltar atrás se tivesse que ser. Eu não posso deixar o meu corpo machucar a minha consciência conscientemente.
Acho melhor acabar este enredo e voltar para dentro de mim que o meu filme comigo tem mais emoção. Sentado aqui é perigoso...
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário