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12 de maio de 2020

num lugar da minha estória

Hoje me sentei na falésia a olhar o mar. Desde aqui de cima, onde me sinto dono e senhor deste mundo, onde o horizonte é apenas o limite da minha visão, traço uma linha que passa mesmo a meio, entre o a Ponta do Noronha e a do Farol do Saco, deixo a minha imaginação seguir até ao limite da minha vida.
Desde o tempo do Senhor Bernardino, passando pelos Duarte de Almeida, Frotas e Tendinhas, Trindades e Madeiras, Luzes e Fonsecas, Torres e Faustinos, Duartes e Chalupas, outros tantos que a lista não ia mais ter fim, esta linha tem estoria e Histórias. Eu sou uma vírgula em toda esta História. Quem sabe todas as estórias que não estão misturadas na História? Eu sei, mesmo aquelas que não aconteceram nunca, mas nem por isso não deixam de ser verdades verdadeiras num cantinho dum coração qualquer só porque eu as misturei entre vírgulas e novos personagens.
Não sou tempo em que o Ginásio tinha futebol, porque se fosse, se calhar eu teria sido um grande jogador da bola, já que os outros clubes não me queriam por total e manifesta falta de jeito. Ninguém perdeu tempo a ver se eu ia adquirir.
Não sou do tempo em que havia História na Cidade. No meu tempo havia garinas, havia periodicamente mapundeiras que desciam a banhos, havia bilhar e uma garrafas para verter. Nada tinha estória a não ser a do próprio dia.
Não sou do tempo em que havia arredores para visitar. Era a minha cidade e a Mapunda. Fora isso mais nada me interessava, a nível da geografia local. E se fui na Praia Azul foi porque me levaram e ela ia também. Se fui na Praia Amélia idem aspas.
Hoje tenho pena de não ter ido a muitos lugares de postal ilustrado. Os lugares estão lá, eu é que não, por culpa minha.
As minhas estórias foram apenasmente criadas num labirinto de memórias inventadas, eu tracei uma linha recta ente a Ponta do Noronha e a do Saco Giraul, o resto é ficção

15-10-2018
num lugar da minha estória que um dia poderá ajudar à História.

Sanzalando

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