ÀS 11 horas era hora de ir comer um pastel de nata e beber um café na Oásis do sr. Reis e Moreira, gerenciada pelo sr. Reis de simpática figura e aspereza por vezes no trato. Mas isso era secundário para os frequentadores da esplanada, mesa ao lado dos mais cotas que fazia seculos ali permaneciam a dar-nos baile no seu comportamento de mais criança que nós armados em grandes. Depois do almoço era obrigatório ir no Aéro-Club jogar bilhar ao perde paga. Os do Turismo não iam ali. E havia ainda os outros que iam aos Magriços, bilhar e snooker que havia na sede do Sporting. Ah, havia também os que ficavam sempre no Café Avenida. Porquê estas fronteiras? Deslembro completamente as causas porque não era a origem ou a conta bancária que estava ali. Acho era só pela beleza de ter sido assim e sem saber mais como.
Mas o perde-paga do aéro-club era um festival. Eu e o Reis, filho do da pastelaria éramos uns azes. Tínhamos mestria no taco. E quando jogávamos com os pinos? Era uma delícia aqueles pensamentos rápidos. Se fosse futebol eu ia dizer que a gente driblava com qualidade.
E foi assim ali que comecei a receber as minhas hormonas, a formação do meu esguio corpo e da minha sabedoria de rua feitos.
Para trás tinham ficado as corridas de patins, as partidas à D. Maria Guedes, as conversas exageradas do Raul Gomes e tantas outras coisas que quase me ia esquecendo dos doces da Sra. Santana, a mãe do Pedro e Douglas. Chupa-chupas do melhor.
Sanzalando