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7 de março de 2021

festas do mar

Queres ver que esse tal de inverno se está a querer ir embora? Hoje solarou que até parece tropicalizou-se este lado norte da vida.
E com este sol, sentado no muro da minha infância fui deambulando por aí, perdidamente sem ter  perdido o meu pessoal norte. Por muito que eu tenha mudado, por muito que a vida me tenha mudado, feitio e forma, eu mentindo para mim mesmo digo estou que nem igual ao tempo ganho na infância. Eu deixei toda a minha vida para trás, considerando tê-la vivido bem, machucando-me de quando em vez, machucando outros pouco, espero. Fui e sou feliz mesmo que a meio tenha períodos indefinidos. Essa infância que sempre trouxe a meu lado, as rifas da festas do mar, os passeios nos picadeiros das noites quentes de namorar, os carrinhos de choque e as barraquinhas de bifanas e cachorros quentes, tudo são presentes que vivo na minha memória mesmo que às vezes eu brigue com ela por pormenores cinzentos que nublei ao crescer.
Eu sei que em muitas alturas eu não estava preocupado com coisas que hoje são sérias e podia ter feito diferente, dando outro rumo. Mas não seria a mesma coisa hoje. As brigas que não tive, as vozes que não levantei, os gritos que calei ou um ou outro murro que não dei as recusas que não fiz podiam ter modificado muita coisa nesse passado infantil, mas não seria a mesma coisa hoje. 
Vou só dar uma volta nas cadeirinhas mesmo que possa parecer perigoso andar ali a empurrar a cadeira da frente mas nesta idade não existe o perigo que a minha mãe vê e os mais velhos persentem.
Eu era feliz antes, eu sou feliz agora e me agradeço por ter feito a minha infância quase uma perfeição se tivesse tirado as coisas que hoje sei eram imperfeitas.
Vou só comprar uma rifa pode ser saia um animal de peluche.
Eu era feliz antes. Eu sou feliz hoje. Eu vou nas festas do mar, nem que seja de memória.


Sanzalando

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