Ao sair da minha cidade de Imaginação, levando comigo o ornamento da noite, que para mim era escura, não sei se por não querer olhar ou simplesmente porque o era, levei comigo uma montanha de recordações e memórias. Tentei evitar olhar para trás, tentei esquecer as horas de felicidade e amor ali vividas. Era escuro e pareceu-me que cada vez ficava pior. Eu estava de saída da minha cidade de Imaginação e entrava na zona escura do mundo. Os sons que eu nunca tinha ouvido eram agora os meus acompanhamentos, eram a minha música de chorar. Com muita atenção ouvi as lágrimas a se rasparem na pele da minha cara num deslizar dos olhos para o chão, ouvi os gritos da gravilha que os meus pés pisavam a cada passo firme e a cada passo dado a minha cidade de Imaginação ficava mais lá para trás, como se cada um dado levasse metros de avanço à realidade. Eu chovia em mim enquanto me afastava. Aos poucos fui perdendo da vista a minha cidade de Imaginação.
Rádio Portimão
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