recomeça o futuro sem esquecer o passado

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30 de março de 2021

primaverou-se o cérebro 9

Entrei assim numa adolescência turbo-bolorentamente. 
Ao mesmo tempo comecei a fazer uma horas na rádio. Era assim como o técnico de som mais novo e com grande futuro pela frente, graças ao Sousa Santos que tinha a maior paciência do mundo para responder as quinhentas perguntas por minuto que eu lhe mandava, às vezes parecia metralhadora. 
Com ordenado fresco ao fim do mês, sem despesas porque a mãe aguentava tudo sozinha, conta de cigarros que eram na altura baratos porque acho ainda não se sabia faziam mal, as festas de fim de semana metia vinho ou cerveja até eu cantar o Jacques Brel em 'ne me quitte pas'. Eu acho cantava tão mal que me deixavam porque a conta era só minha e todos estávamos felizes mesmo que não soubéssemos ou déssemos conta disso. Acho eu uma vez foi no café Avenida, eu e Amorim e Manel VP, se me enganei foi porque o tempo apagou, bebemos tanto que ainda hoje não me lembro como foi que acabou. Eu cheguei ao hoje assim, eles que eu saiba também. Mas foi mesmo para esquecer. Era aqui e depois mais tarde nas festas de pré-finalista daquele liceu onde passei dum aluno à rasca para um bom aluno por causa dum rabo de saia que me deu a volta à cabeça ainda hoje eu não sei como foi possível. E em tão pouco tempo, entenda-se. Mas isso é mais tarde porque agora ainda estou na fase turbulenta da minha adolescência. Gente pequena a pensar que era grande, apesar de pensar que não era grande coisa. 
Eu comecei a frequentar a Oásis. Não era do Hotel Turismo. Aí estava já uma diferença. Grande até, mesmo para os dias de hoje onde as teias de aranha e Alzheimer deveriam ter feito um buraco de esconderijo no cérebro dum gajo.

Sanzalando

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