E até parece contrariada por ir embora esta estação que lhe chamam de inverno. À noite faz frio a nos lembrar que ela ainda está aqui, mas de dia está brilhante parece vai ser aquecida a temperatura fria da noite. Assim, numa letargia fico à espera que qualquer coisa aconteça, que as minha palavras mais doces sejam faladas, que as minhas músicas surdas sejam assobiadas, os meus livros não escritos sejam lidos. Eu me moldei a este inverno. Eu saí da minha realidade e me tranquei no meu modo cinzento de estar, num canto imundo de pensamentos imaturos, numa infância tardia de complexos. Este inverno, confinado, me trouxe a imperfeição como normalidade.
Mas como brilha o sol, durante o dia saio desse estado e navego por águas claras, mares calmos, sorrisos abertos e como quem diz que a cicatriz da noite foi apenas um sinal de estar vivo e ser humano.
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