A cidade era um quadriculado perfeito. Rua que tem sentido norte sul é paralela com a sul norte e intervaladamente é assim deserto dentro. As perpendiculares é o mesmo sistema e só é pena eu não me querer dar ao trabalho de contar uma a uma, esta minha cidadezinha. Só não sei mesmo se cada quarteirão era a quarta parte de um cento de qualquer coisa ou apenas unidade elementar da geometria da malha urbana. Possa que a frase anterior até parece dum gajo que percebe disto. Mas que eles eram simétricos, disso na minha infância tenho a certeza. Era assim a minha cidadezinha. Depois apareceram os mais afortunados e modernos e começaram a construir, ao que me pareceu uma cidade justamente ao lado, outra cidade com curvas e assimetrias que parecia estava noutro planeta. Já não havia esquinas, eram curvas as próprias ruas. Mas esta parte da cidadezinha eu já não visitei ao ponto de decorar. Ia para lá das minhas posses e gosto. Coisas de infância
Mas esta, a parte que lhe vou chamar histórica é que era a minha parte, a que eu conheço em cada esquina, cada porta e qualquer passeio. Lhe percorri a pé ou na bike que comprei por 100 paus ao Paulo Jorge sem ninguém saber porque não queriam eu me perdesse nas minhas vagabundagens. Como era possível eu me perder nesta cidadezinha
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