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22 de março de 2021

Pimaverou-se o cérebro 1

Chegados à primavera, descinzenta-se o cérebro, se auto-estima-se e se reencontra o brilho do sol na alma. Novos caminhos estão à espera de ser percorridos, novas estradas prontas a serem desenhadas e novos sonhos prontos a verem o seu retrato estampado nos meus olhos. 
Na cidade da minha Imaginação era noite quando de lá saí. Não faço a mais pequena ideia se o céu estava estrelado ou só escuro como as noites eram naquela minha idade. Se houvesse alguma constelação eu não faria a menor ideia porque eu não ia olhar o céu para decifrar os pontos cintilantes e uní-los com uma imaginária linha. Eu só tinha olhos para ela e tudo resto era imaginação dos mais velhos só para me darem o que fazer. Sei que na cidade da minha Imaginação o céu estava lá todo, a cair pelo horizonte, atrás da terra, onde eu já não via. Eu tinha uma abóbada em cima da cabeça. Era uma campânula escura o que eu tinha sobre a minha cabeça. O seu ponto central era a verticalidade da minha cabeça. Uns infinitos metros acima.
Tudo estava escuro. Nem me lembro se as luzes da cidade estavam acesas ou era mesmo só noite. 
Sai de lá sem olhar para trás, sem olhar para lado nenhum. Era escuro como era escura a minha alma de desgosto ou só alma.


Sanzalando

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