Nem assim nem assado o tempo não desembrulha. O tempo não tem culpa porém eu culpo-o porque não me apetece ficar calado no em mim mesmo. Se o sol brilhasse, o casaco vestido dava para andar no meio de mim, das minhas imagens e memórias, dos meus pensamentos e estórias. Assim, apetece enrolar na manta e ficar de olhos fechados a gastar o tempo frio. Eu prefiro mil vezes a dor da nostalgia, o sabor agridoce da saudade ao marasmo deste estar cinzentamente sentado a gastar-me. Sinto uma agonia desgarrante, invisivelmente decapante, mudamente despedaçante a consumir-me neste inverno.
Eu sei, que estou a desgastar-me porque não aceito a realidade temporal desta tempestade que promete chegar mas não chega, deste ar de chuva que não cai, deste vento que venta inconfortavelmente. É irónico estando eu com tudo para ser feliz.
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