A Minha Sanzala

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17 de março de 2021

passado ao presente

Acordei era cedinho. O sol já tinha acordado bem primeiro que eu. Olhei na janela e vi que a cada do lado ainda tinha as janelas todas fechadas. Ela ainda não acordou, pensei devagar porque ainda não estava assim num modo de totalmente acordado. Me preparei com matabicho de café com leite e sandes de queijo, vesti fato de banho e abalei nas minhas chinelas de plástico para a praia. Lá chegado tirei uma perpendicular à porta do casino, ou clube náutico já que nunca descobri o nome verdadeiro porque nunca vi lá verdadeiro casino e nem nenhum barco, só mesmo um campo de ténis onde era habitual ver o Sr. Maurício e as suas calças brancas bem largas a mostrar a qualidade da raquetada que ela também às vezes ia lá jogar e eu espreitava. Na areia, nesse azimute marcado pela minha experiência diária, estendi a toalha e me deitei a esperar. Mais cedo ou mais tarde ela vai chegar mais a família, vai pôr o guarda sol azul bem ali ao pé donde eu azimutei. Se era assim nos outros dias porque não vai ser assim hoje?
Ela não sabe que eu gosto dela e eu nunca lhe vou dizer. É segredo meu e dos meus mil amigos. Ela não sabe e nunca vai saber, como pude constatar muitos anos mais tarde num futuro que adivinho longe daqui, depois de múltiplas peripécias, mudanças e convulsões, amores e desamores, alegrias e tristezas, anos e mudanças de século. Ela nunca soube porque eu nunca lhe disse.


Sanzalando

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