Todos os meus caminhos têm uma voz. Nem que seja a voz da minha consciência. Às vezes é a voz dos meus medos, outras da minha alegria e outras são vozes que nem chegam aos céus. Eu às vezes ligo-as e outras lhes olho com olhos de ver vozes insignificantes e sigo selectivamente surdo sigo o meu caminho. Há vozes que gosto de ouvir ao fim de tarde porque contrastam com a cor de fogo do pôr-do-sol, outras que gosto de ouvir noite alta no sossego do meu quarto, outras ao amanhecer. Gosto de ouvir a voz do romper da aurora. É ela mesmo que me molda o dia. É rara a vez que ela não é o meu bálsamo, o meu banho de argila.
A voz que às vezes me engasga, a outra que me segura, outra que me enerva, outra ainda que me grita, são vozes da minha consciência. Acho que ela é assim um pouco a dar para o doidice.
Eu gosto das minhas vozes e gosto de as contrariar, quanto mais não seja para eu ter liberdade de escolher a minha voz de cada momento.
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