Ai vou eu na minha caminhada, de rua em rua, de praia em praia e encontro-me com gente a fazer o seu próprio luto. É gente que caminha cinzento, ar pesado e costas curvadas, lábios cerrados e olhar vazio. Vão ganhar mais quê? Se escondem na ansiedade, se mesclam de sofrimento e transportam a vida no peso da consciência. Vão viver mais como?
Eu vou e lhes tento distrair, procurar um sorriso ou polir um olhar. Me olham como se eu fosse um extra-terreste, um deslugar tenente da loucura ou simplesmente um pensador tresloucado.
Não me apetece ser morto-vivo nem fazer um luto desfalecido. Sorrir enquanto caminho, ler enquanto luto, mesmo que a minha luta seja uma intelectualidade vazia de frutos porém carregada de alegria, da verdadeira alegria de estar vivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário