Olho-me por dentro olhando o zulmarinho. Perco tempo ganhando-me. É a minha forma salutar de saber quem sou e o que quero. Não atropelo nem faço feridas a ninguém. Mas ainda tenho tempo de esfolar os joelhos brincando no alcatrão, à trouxa lavada, ao garrafão e ao picles. Já não me lembro das regras do prego e já não tenho berlindes para jogar nem parceiros que se lembrem de ganhar tempo ao tempo que têm.
Vou fazer mais o quê desta vida errónea, desta nostalgia sadia que faz mal a tanta gente porque não a têm?
Um sorriso, irónico ou real, levam a minha ingénua vida à invulnerabilidade de ser feliz. Se eu soubesse cantar eu estaria agora a fazê-lo. Parece estranho, mas é real.
Sempre fui feliz? Não! Era mundano e fatalista, agarrado ao fado e à fatalidade de ter os olhos cravados num amanhã de arco-íris e festa de rua.
Mas aprendi que afinal eu sou o que sou e tenho o que tenho. Os alicerces fui buscá-los desde o berço, as paredes mestras construí e este edifício vai-se construindo andar por andar até que o terraço esteja concluído. Quando? Não faço a mínima ideia e nem me preocupa.
Olho-me e sou feliz, um dia de cada vez
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário