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30 de abril de 2007

Medos

Vamos caminhando num vai e vem, ao sabor do vento, à velocidade do nada. Ouvimos o marulhar desse zulmarinho, sentimos-lhe o perfume de maresia e caminhamos sempre como temos feito até aqui, sem pressas, sem enganos e desencantos, mesmo que os cantos estejam a ferver nos seus 90 graus. Precisamos deitar para fora os nossos medos, aqueles que a gente diz que não tem mas a gente sabe que bem lá no fundo eles nos estão a travar. Num é? Então porque não conseguimos realizar alguns dos nossos sonhos, uns dos nossos projectos? Vá, diz. Não, não estou zangado. Estou só a te querer exteriorizar os medos.
Conforme o nosso corpo cresce, nós vamos tomando as decisões, vamos elegendo nossas aptidões até que sentimos a estabilidade, até que nos achamos de bem com a vida. Mas os nossos sonhos foram realizados? Nunca te deu para pensar se foi essa vida, a que tu lhe vives, que escolheste? Estás satisfeita com a tua vida. Fala sombra que me segues. Responde-me, nem que seja com um sinal. Pois é. Já te apeteceu mudar, mas o medo de introduzir mudanças, o medo de fugires da rotina que te aparenta segurança, te influenciou.
É por isso que às vezes te pareces perdida. E vens dizer-me que não há medos?
Todos temos os nossos medos.
Olha, um dos meus medos é não ter força para te falar, para te dizer as minhas palavras que vêm directas do coração. Um dia chorarei por uma palavra apenas.

Sanzalando

5 comentários:

  1. É uma alucinante viagem pelos medos. Já o controverso "Freud" falava de temores, medos. Quem não tem medos? Sem ser um medricas, tenho medos. Imensos. Muitos. Entranharam-se. São o fruto apanhado de uma vida. Quanta traquinice, quanta vivência superei. Quanta vida presenciei. Enfrentei o medo, o receio de quando era um rapaz ferir e ser ferido. No entanto, feriram-me mais do que feri. Vivi. Resta-me isso. E, isso, é importante porque agora, neste instante, sou feliz. Sou feliz com o que a vida me presenteou. Sou capaz de dizer: Tenho medo de transpôr o vão de saída da porta, mas perdi o receio quando estou dentro de casa com os meus. Por que será?
    Texto admirável!
    Texto brilhante e para reflectir profundamente.
    Respeitosamente.
    Com estima.
    Abraço
    pena

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  2. Por mais cedo que eu aceda ao computador tu já lá estiveste..
    Como consegues com tantos afazeres estar sempre no dia certo?
    Quanto aos medos todos, mas todos temos esse medo de tudo ou de nada

    beijos

    TT

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  3. Os medos coexistem com o ser humano. Muitas vezes lutar contra eles para os conseguir superar torna-se na luta de uma existência. Se o homem não tivesse medos superar-se-ia a si próprio e penso que isso seria o princípio do fim do planeta tal como o conhecemos...
    Óptima sugestão do Mostardinha. Valeu a pena aqui passar.

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  4. Ah os nossos medos, como fazer para enfrenta-los??? Mas mudar também é bom.

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  5. Às vezes confundo...
    Não consigo ver muita diferença entre medo e precaução/prudência.
    Ao pensar muito para se tomar uma decisão, podemos congelar num estado de indecisão, o que é péssimo, porque esse estado é a matéria prima do stress, sentir-se incapaz de resolver um problema ou tomar uma atitude.
    Pensar, ter prudência, estar precavido é indispensável, mas não em demasia.
    Corremos o risco de simplesmente passar pela vida sem viver.

    Gosto muito dos teus pseudo-solilóquios.
    Um beijo

    PI

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