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21 de abril de 2007

Por absurdo

Vamos caminhando lenta e pachorrentamente por este final de zulmarinho. Se tivermos palavras dizê-mo-las, se as não tivermos entremo-nos a ouvir os nossos passos na areia de mil cores. Importante mesmo é estarmos juntos nesta caminhada, em acordo ou desacordo, mas sempre de olhos nos olhos que é como quem diz. De vez em quando olhamos em redor para saber como vai o mundo para lá da nossa imaginação, do nosso sonho, do nosso querer.
Tu sabes que nada é impossível. Se não sabias é porque andas por aqui distraída. Os impossíveis só existem até ao momento em que tentamos fazê-los realidade. Nós estamos sempre num princípio, sempre a tentar dar a volta ao impossível. É esse impossível que torna possível ter um caminho. Estou-te confuso? Tem dias.
Ao caminharmos na borda do final do zulmarinho parece impossível sabermos como vai o outro lado da linha recta que é curva. Mas se escutares as ondas dele se espraiando, vais sentir que te trazem recados, pequenas frases que tu desmultiplicas e constróis ideias. Dessas ideias te nascem sonhos, destes, a força para os realizares.
A vida está cheia de contrastes, absurdos alguns outros nem tanto. Mas não é impossível ultrapassar estes caminhos absurdos por mais contrastados que estejam.
Por absurdo que pareça eu me pergunto o que pensarás tu me mim. Como ser humano tenho esse pensamento, que pensarão os outros de mim? Por muito que seja independente dessa opinião, me interessa saber porque é necessário fazer correcções, mudar estilos, mudar formas de vida, Um leque de coisas que o subconsciente vai alterar para ir de encontro a essa opinião, à qual eu sou independente, não deixando de depender dela.
Que pensas tu de mim que passas horas a me ouvir falar, de mente e coração aberto, mas não dizes uma só palavra? Te olho nos gestos e te percebo que eu sou um modelo ou que irei ser para gerações que virão. Na verdade eu não me quero plastificar para ser um tipo porreiro, que caminha a falar das coisas simples da vida com olhos no lado de lá. Porque sempre caminho a olhar para o lado de lá, para o amanhã ou horário a seguir. Eu escolho o meu caminho muitas vezes num impulso e por isso tenho erros, tenho a capacidade de tropeçar nos degraus da vida, de mudar de rumo, de escolher outro caminho. Não estou plastificado.
Plastificadamente caminhamos à procura das palavras.
Sanzalando

7 comentários:

  1. Sabe, não sei como, eu arranjo sempre uma pequena força para tentar entender um mundo que amo. Eu não sei o que sou? Sou, apenas. E, só! Como diz, quando enfrento a vida, muitas vidas e, tenho-as em mim, tento fazê-lo olhos nos olhos. Tento idealizá-la, convertê-las em ideias. Ideias simples, por não compreender o que sou.
    Contrariamente ao que possam pensar, eu não me plastifico facilmente porque arquitecto, esboço, desenho, defesas. Só defesas. Defesas do que quero, do que sinto, do que o sentimento, o amor, a vida e, o amor a tudo isto, se conserve congelado, preservado. E, preservado ou congelado, porque é meu. Adoro viver, viver amando. Amando um Mundo e, um Mundo de sonhos, que são meus. Quero viver a sonhar. Sonhar com coisas belas, ternas, deslumbrantes!
    O que penso de si?
    Pode-lhe parecer simpatia, mas conservo de si(Desculpe o tratamento, mas custa-me alterar quem respeito muito e nunca vi), um enorme coração, uma bravura sem limites, uma pessoa revoltada, um pouco, com os males da vida, directa nas opiniões em que reflecte, mas com uma imaginação, um talento e uma admirável percepção dos enormes mistérios da existência. Não sei definir pessoas, mas sopram-me coisas em sonhos intermináveis de encanto.
    Parabéns pelo texto. Está completo.
    Com admiração
    pena

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  2. Desculpe a minha personalização do seu brilhante texto, até porque se dirigia a outra pessoa que não eu.
    Mas, por o admirar e ao seu imenso querer, determinação e talento, vi-o numa perspectiva pessoal. Cada um dos simpáticos leitores seus não me interpretem mal. Sei, que o Mundo não poderia girar à volta de uma tão ignorante pessoa como eu.
    Perdoe-me a sua personalização, mas foi por gostar do que diz.
    Cada leitor deve interpretar como o que lhe vai e desculpar-me o erro que se calhar pratiquei.
    Sempre a respeitá-lo e a considerá-lo muito, mesmo muito.
    Com simpatia.
    pena

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  3. JotaCê

    Me considerando também um "tu",assim como todos que aqui chegam...
    Ouso arriscar.

    Esse "tu", que agora sou eu, tem certeza que: tu és aquilo que tu pensas ser.
    Qualquer coisa que eu disser, além disso, não é mais tu e sim eu que vejo em ti o que conheço em mim.

    Confuso! Tem dias.
    bj.
    3,14

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  4. Viva Carlos:

    Pois eu digo que tu... é uma fórmula que tem tudo para dar certo.
    Confuso? :-)

    Aqui na net há o conhecimento virtual mas eu tive já o previlégio de estar contigo pessoalmente e isso mudou os dados da "equação".

    Aí "tu" passas-te a ser o "eu" que imaginavas ser.
    Confuso? :-)

    Tem dias. rsrsrs

    Forte abraço,

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  5. Subscrevo totalmente:"...é uma fórmula que tem tudo para dar certo". Profundamente poético.
    Se os seus amigos o estimam assim, eu tinha razão quando lhe disse o que disse.
    Com imenso respeito por si e por todos que por aqui passam.
    Abraço
    pena

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  6. Ngolakimbo

    Tenho quase certeza absoluta que talvez não tenha certeza de nada. hehehe!
    Totalmente PI
    Irracionavelmente infinita e constantemente racional.

    Um Feliz Dia da Terra para todos!

    3,14

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