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24 de junho de 2023

deve ser amor

Se me sento algures por aí ou se caminho em direcção a lado algum, num acaso de ir sem saber para onde, não espero nada a troco de nada. Só no amor a gente deve esperar alguma coisa na volta: reciprocidade. Huê, falei caro que nem sei soletrar direito. Re - ci-pro-ci-da-de., sem gaguejar. Às vezes a gente só chega lá um bocado à tardinha da vida. Não é por nada, é mesmo porque a gente sempre esperou mais do que dá, até que um dia a gente olha e pensa que não devia esperar nunca de algo em troca, só no amor. Às vezes a gente pestaneja e o à frente da vista fica em segundo plano. Às vezes é verão e a gente sente frio. Tem tantas vezes quer a gente não vê ou não quer ver e depois sobra um sabor a veneno no olhar que não voltou.
É por isso que as vezes me sento a olhar para lado nenhum e dou comigo em viagens que não têm cor nem perfume mas são tão ricas...
Deve ser amor.


Sanzalando

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