Me deixo o corpo por aqui e vou na mente vagabundar por passados, presentes e futuros imaginados. Erraticamente me deixo levar. Não tenho destino nem meta. Vou só vagabundar as minhas ideias, meus sonhos, meus desejos e quem sabe vasculhar o meu passado num arqueológico modo de me contar hoje. Saudade, sentimento nostálgico e melancólico de algo que passou. Mas eu também tenho de futuro, saudade de futuro imaginado.
Afinal de contas o que mais sou que não saudades, esperanças e pausas entre uma e outra?
Me deixo ir por poemas não escritos, canções não cantadas, versos desarrimados em construções mentais desalinhadas em direcção ao meu futuro. Vagueio de corpo e alma, sendo que o primeiro está estático a olhar o zulmarinho e o segundo desorganizadamente vai pelo éter, primórdio da vida em direcção sabe-se lá a quê.
Eu sei que não há outra porta para o futuro, para o meu futuro, senão a que fiz de passado ao presente. Tem frinchas, tem rangeres, tem defeitos e feitios? Vou-lhe fazer mais como se é essa a minha porta, por onde entro e saio da minha vida presente?
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