Hoje me apeteceu caminhar era ainda madrugada. Madrugada dum dia quente. Pensamento descaço de ideias, de angustias ou desejos. Fiquei com o o dia todo para pensar no caso de não conseguir pensar rápido. Pensar o quê? No que resta da vida. Futuro incógnito do espaço e tempo. Sentirei eu no futuro os amores que agora sinto? As saudades de presente marcar-me-ão o futuro? Nada à minha volta me transmite nenhum sinal. Dor, Mágoa, Tristeza, Alegria. Nada me diz à minha volta. Os meus passos são curtos. Já não tenho a passada de outrora. Mas também não é hora de ficar na cama a reviver. Assim, desde madrugada eu acho tenho mais tempo para viver. Enquanto pensar é porque estou vivo, diria Lapalisse.
Recordei aquela gargalhada sonora das noites de cinema. Era ele o Xarope. Lembrei as palavras carregadas de vernáculo do Zé Malcriado. Lembrei a delicadeza dos gestos e tracto do Sr. Santos. A amabilidade do Sr. Reis. As acesas discussões na esplanada da Oásis com o Sr. Trindade e outros cotas no pós-almoço.
Ao fim do dia, tinha vivido intensamente sem desejo que o tempo voltasse atrás.
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